Foto: Deni Zolin (Diário)
Uma simples cartela de adesivos para unha, que é vendida em uma loja no Centro de Santa Maria, chamou a atenção de um leitor da coluna. Ele enviou a foto que mostra a suástica e ficou preocupado com a venda desse tipo de produto. Na quinta, fui até a loja e realmente estava lá, no meio de uma grande quantidade de cartelas, o papel com adesivos de vários símbolos, incluindo a suástica. Questionei o dono da loja, que afirmou saber do que símbolo se tratava. Ao ser perguntado, declarou que iria retirar o produto e deixar de vendê-lo.
Na realidade, este é um símbolo hindu que significa paz, evolução, boa sorte e prosperidade, mas que acabou sendo levemente modificado (o sentido foi invertido) e utilizado pelos nazistas. Liderados por Hitler, eles cometeram atrocidades e defendiam o extermínio de judeus e outras minorias, matando milhões de pessoas.
Questionado se essas cartelas com adesivos poderiam ser vendidas, o advogado Guilherme Pittaluga Hoffmeister alerta que “é no mínimo temerário comercializar esse tipo de produto”, pois a lei 9.459, de 15/05/97, prevê que é crime com 1 a 3 anos de reclusão e multa “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia…”, incluindo “utilizar a cruz suástica ou gamada”.
– Me parece que seria proibido comercializar esse tipo de adesivo. Se fosse uma camiseta, por exemplo, certamente seria, na minha opinião. O difícil é comprovar a última parte do artigo da lei: “para fins de divulgação do nazismo” – opina.
Na Ásia, a suástica original, hindu, ainda é muito utilizada e aceita por cerca de 2,3 bilhões de pessoas. Inclusive, antes das Olimpíadas de Tóquio, houve reportagens alertando que o símbolo seria muito visto por lá e até impresso em materiais de divulgação dos Jogos Olímpicos. Porém, no Ocidente, devido à utilização do símbolo pelos nazistas, criou-se uma repulsa muito grande à suástica.
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